ROTEIRO DE ESTUDO: Planejamento e Avaliação na Educação Infantil
Drummond: o poema e o professor
Neste roteiro de estudos, trabalharemos de uma forma bem descontraída. Você conhece o poema de Carlos Drummond de Andrade, intitulado “José”? Pois bem, estabeleceremos relações entre o poema de Drummond e o professor:
E agora, José?
E agora, professor?
Primeiramente, vamos nos sensibilizar com a leitura do poema. O escritor sempre nos mostra caminhos para análise e devaneio da realidade do dia-a-dia, pois a emoção traz momentos significativos. Então, vamos lá! Leia o poema.
JOSÉ
E agora, José?
A festa acabou,
A luz apagou,
O povo sumiu,
A noite esfriou,
E agora, José?
E agora, você?
Você é sem nome,
Que zomba dos outros,
Você que faz versos,
Que ama, protesta?
E agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
Seu instante de febre,
Sua gula em jejum,
Sua biblioteca,
Sua lavra de ouro,
Seu terno de vidro,
Sua incoerência,
Seu ódio – e agora?
Com a chave na mão
Quer abrir a porta,
Não existe porta;
Quer morrer no mar,
Mas o mar secou;
Quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora? [...]
(Carlos Drummond de Andrade, 1942, p.479)
Você perceberá, ao longo de nossos estudos, que é possível haver relação entre o poema e o papel do professor.
E agora, professor?
Como vai ser o seu planejamento?
"Com a chave na mão"
Você pode planejar.
É de sua autoria, é só pesquisar
E agora, professor?
Veja como o poema nos incita a pensar na possibilidade do novo, da reconstrução daquilo que nos pertence. E o planejamento nos pertence! Logo, podemos reconstruir e resignificar nosso planejamento. Nossas aulas podem se tornar mais atraentes, dinâmicas e criativas, quando pesquisamos e alinhavamos teoria e prática; dessa forma, revolucionamos nossa prática pedagógica. E agora, professor? É uma simulação a partir do poema de Drummond como se tivéssemos nos perguntando: E agora, professor? Como se faz um plano de aula? Para entendermos a construção de um planejamento de aula para a Educação Infantil, achamos oportuno relembrarmos algumas questões importantes, como o desenvolvimento da criança, a relação entre aprendizagem e movimento corporal e, também, as contribuições que se apresentam nas relações com o outro. Ao planejar, é preciso levar em conta o desenvolvimento da criança em todas as dimensões, para que sua inserção na escola seja uma experiência de aprendizagem significativa, com grandes descobertas e cheia de afetividade. Isso nos faz lembrar de Henri Wallon, um psicólogo e filósofo francês que “mostrou que as crianças têm também corpo e emoção (e não apenas cabeça) na sala de aula.” Veja como a afetividade exerce papel relevante no desenvolvimento da pessoa humana, pois a construção do eu na teoria de Wallon é, de fato, a relação com o outro. Agora, observe a seqüência de idéias em relação ao que já estudamos e pense que a criança precisa de possibilidades para agir e criar; sem isso, ela não consegue construir conceitos, levantar hipóteses diante dos desafios, fortalecer as suas relações com o grupo de amigos e estabelecer diálogo com as diferentes áreas do conhecimento.
Esses assuntos devem ficar claros para o professor ao elaborar o seu plano de aula. A criança, em seu processo interativo, constrói e produz cultura; por isso, precisa ser estimulada a compartilhar brincadeiras, a fazer teatro, a dançar, a jogar, a diferentes formas de expressão com desenho, modelagem, literatura, poemas, poesias, entre outras que marcam a diversidade cultural no universo infantil.
Qual é o seu papel, professor?
Ele é de suma importância. O professor é pesquisador e fundamentalmente mediador do processo de aprendizagem do aluno. Motiva, estimula, encoraja e ajuda a desenvolver diferentes formas de expressão da criança, oferecendo-lhe um ambiente criativo e aconchegante. O processo de aprendizagem colaborativa deve fazer parte da ação docente, na qual professor e aluno aprendem a aprender numa relação desafiadora, crítica e transformadora. Com base no que já estudamos e na seqüência de idéias em torno da Educação Infantil, destacamos o papel do professor e a sala de aula como componentes substanciais para a elaboração
de um planejamento.
O que podemos entender por planejamento?
Segundo Masetto (2003, p.176), o planejamento é: “A organização de uma disciplina ou sistematização das ações do professor e dos alunos tendo em vista a consecução dos objetivos de aprendizagem estabelecidos”. Veja como Masetto nos conduz a pensar sobre o ato de planejar, oportunidade que temos de mostrar nosso modo próprio de pensar, sendo criativos com perspectivas inventivas. E aí começamos a pensar em como fazer um plano de aula. Lembrese, ele não é um simples roteiro, é algo bem elaborado, fundamentado, estruturado em um movimento constante de reelaboração e transformação.
Plano de aula: o que é?
Após você ter lido atentamente, elabore um texto que comprove o papel do professor no processo de uma avaliação formativa. Destaque sublinhando 5 palavras-chave que fundamentou seu texto.
E agora, José?
Com a chave na mão
Quer abrir a porta,
Não existe porta...
E agora, professor?
Com a chave na mão
Quer planejar aulas para a educação infantil.
Não existem fórmulas e modelos certos ou errados.
Podemos comparar o plano de aula com uma bússola que orienta a prática pedagógica do professor. Neste sentido, pensamos ser o plano de aula para o professor, um marco orientador da sua prática em um movimento dialógico, ou seja, um plano de ação movido pela pesquisa e transformação no cotidiano da sala de aula. Assim, nele, há a identidade do professor unida à do aluno. E ainda Nery (2006, p. 111) nos fala que:” O plano de aula precisa ser compreendido como processo coletivo e como ferramenta de diálogo em que se considere a participação também dos estudantes no trabalho a ser constituído”. A autora nos coloca, de maneira objetiva, sobre o plano de aula aliado à participação do aluno. Sabe por quê? Porque é preciso que o professor considere também as reais condições de seu trabalho e as características do seu grupo de alunos. Reelaborar o plano de aula ajustando as possibilidades de interação entre o pensar e o fazer em um movimento lúdico é a grande ferramenta do professor. Nesse processo, o mestre vai fazendo o mapeamento da construção do conhecimento da criança, resignificando a sua metodologia em sala de aula em uma atitude constante de observação e registro. É uma maneira de aproximar a vida “lá fora” com a vida escolar. Diminuir essa distância é permitir que as crianças desenvolvam trabalhos criativos e sejam inventivas transformando o meio e se posicionando nele com autonomia. A interação com o aluno é um momento rico porque professor e aluno podem trabalhar juntos para alcançar certos objetivos e ainda, motivar o planejamento de atividades que serão elaboradas e realizadas pelo próprio grupo. Portanto, o plano de aula passa a ser uma ferramenta valiosa de comunicação entre o professor e aluno; é como se fosse o contrato de trabalho de ambos, com o processo de aprendizagem de cada um. Ainda é importante destacar que um planejamento bem elaborado mantém ligações com outras áreas de conhecimento, permite ao professor estabelecer relações com seus colegas de trabalho, buscando iniciativas de atividades interdisciplinares, favorecendo a aprendizagem do aluno. Nesse sentido, cabe ainda poetizar:
Professor, e agora?
Quais são as etapas de um plano de aula?
De acordo com Masetto, essas etapas são: identificação, objetivos, conteúdo programático, técnicas, processo e técnicas avaliativas, cronograma e bibliografia (2003, p.178).
Sucintamente, o plano de aula segue os seguintes passos:
1. escolher o assunto a ser tratado;
2. estabelecer o tempo previsto;
3. definir os objetivos;
4. relatar os procedimentos metodológicos;
5. recursos a serem utilizados;
6. avaliação.
Vejamos, com detalhes, cada passo:
1. Assunto a ser tratado
Escolhe-se o tema ou unidade temática a ser estudada. O assunto a ser abordado precisa ter como ponto de partida o Plano de Ensino e, conseqüentemente, um tema motivador que leve em consideração o perfil da turma e a fase de desenvolvimento da criança.
2. Tempo previsto ou cronograma
Sugere-se que se faça o cálculo do tempo necessário para desenvolver as atividades relacionadas ao tema. O cronograma também é flexível e pode ter adaptações e mudanças. Ele nos ajudará a organizar a prática pedagógica.
3. Definição dos objetivos
Os objetivos precisam ser bem definidos e claros. É por meio deles que o professor estabelece o que quer alcançar. Ele poderá ser elucidado em forma de parágrafo, contextualizado ou por tópicos. É importante saber que certos objetivos venham a ser repetidos em uma ou mais aulas. Isso dependerá da sua importância no processo de aprendizagem.
4. Procedimentos metodológicos
Neste item, você contará de maneira contextualizada e mais detalhada como ocorrerão as atividades planejadas e quais serão os recursos a serem utilizados em suas aulas, lembrando-se que as atividades devem ser integradas e motivadoras.
5. Recursos
Os recursos são os instrumentos utilizados na sala de aula pelo professor e pelo aluno. Geralmente, os recursos são mencionados juntamente com os procedimentos metodológicos. Se o professor vai trabalhar com seus alunos uma história em quadrinhos, por meio de um vídeo, ao relatar os procedimentos, já fala qual o recurso a ser utilizado. Isso torna o plano mais prático e dinâmico.
6. Avaliação
A ação avaliativa é uma situação de aprendizagem que se processa no dia-a-dia escolar. Ela é formativa. Aqui, você estabelecerá parâmetros com os objetivos já estabelecidos. Avaliação apresenta caráter diagnóstico ao considerar o desenvolvimento da criança. Ela deve ser processual e é utilizada pelo professor com a finalidade de acompanhar o desempenho cotidiano do aluno. Proporciona ao professor a reorientação
imediata àqueles que necessitam, para que os objetivos propostos sejam alcançados. A avaliação também é o termômetro do professor, ela indica a “temperatura” de como andam suas aulas.
Pensando em uma proposta de aula para a Educação Infantil
Este plano é uma simulação de uma proposta para se trabalhar com crianças de cinco a seis anos de idade. A última unidade temática do ano seria sobre o nome das crianças.
Objetivos:
Partindo do princípio de que o nome acompanha o indivíduo desde o seu nascimento, marcando sua construção histórica, este plano de aula objetiva-se em trabalhar o nome de cada criança de forma lúdica. Com essa visão, espera-se que, progressivamente,
as crianças sejam capazes de:
✻Reconhecer o próprio nome e saber qual a sua origem;
✻Aprender a escrita do nome por meio de atividades lúdicas que permeiam a ação educativa, utilizando jogos, brincadeiras, poemas e músicas;
✻Escrever o nome em letra bastão, associando-o às diferentes linguagens, como a matemática e artes plásticas.
Procedimentos metodológicos / recursos:
Visando ao desenvolvimento integral de nossas crianças, pensamos o quanto é importante o trabalho com diferentes linguagens no processo ensino-aprendizagem. Por isso, várias atividades desafiadoras permearão a execução do planejamento. Essa postura pedagógica evidencia a oportunidade que o aluno tem de construir a sua própria história.
1º Momento:
Para dar início à aula, ao som de cantigas de roda, o professor receberá as crianças com alegria e com vários cantinhos de interesses, distribuídos pela sala, como jogos, leituras, massa de modelagem. Após a chegada de todas as crianças, o professor explorará os cartazes de rotina da sala.
Caça ao tesouro
É a brincadeira que dará início à atividade. As crianças deverão seguir a indicação das setas até chegarem ao parque da escola. Entre árvores, balanços e flores estarão placas de E.V.A. com a escrita dos nomes das crianças em letra bastão escondidas nestes espaços. O professor fará a brincadeira do “ quente ou frio”. A criança que encontrar o seu nome, deverá ler em voz alta e escrever com o dedo na areia umedecida o seu nome e depois fazer seu auto-retrato. Nesse sentido, enquanto as crianças trabalham, o professor montará um varal utilizando cordinhas, e nele fixará sílabas das iniciais dos nomes de cada criança. Essa brincadeira iniciará quando o professor der o sinal. A criança deverá correr até o varal, pegar sílabas ou letras para formar palavras. Todos, em círculo, lêem para o grupo a palavra que formou. Temos, como exemplo, a palavra LUA (LU de Lucas e a vogal A que estava fixada separadamente).
Pescando também se aprende
Nesta brincadeira haverá o cruzamento de linguagens a matemática. Essa atividade incentivará a criança a pensar e a fazer cálculos. Estarão colocadas duas caixas isoladas uma da outra com areia, contendo numerais soltos e sentenças matemáticas espalhadas. Formam-se duas equipes. Dado o sinal pelo professor, a criança deverá pescar, primeiramente, o numeral que corresponde ao número de letras do nome da criança. Assim que pegar esse numeral, a criança deverá ir a um canto do parque e colocar o seu nome juntamente com o numeral pescado. Em seguida, correndo, volta e pesca uma sentença matemática, faz o cálculo, busca o resultado que estará no escorregador, monta-se a operação completa na areia e volta para o final da fila de seu grupo. Vencerá a equipe que terminar primeiro. Como modelo, mostraremos:
LUCAS 5 letras 2+5=7
Nessa linha de raciocínio, continua-se outra atividade, que é praticar a escrita dos numerais na areia, utilizando pequenos cabos de vassoura. É muito interessante essa atividade. Nesse movimento lúdico, a criança retorna à sala de aula e, por meio de fantoches, ouve a história Os pingos e seus amigos, de Mary e Eliardo França. A partir da história, as crianças realizarão um trabalho de artes, explorando tintas coloridas.
2º Momento
As crianças vão para o lanche, praticando a rotina do dia-a-dia. Retornam à sala de aula e, como técnica de relaxamento, ouvem e depois declamam o poema Nome da gente, de Pedro Bandeira.
NOME DA GENTE
Por que é que
eu me chamo isso
e não me chamo aquilo?
Por que é que o jacaré
não se chama crocodilo?
Eu não gosto do meu nome,
não fui eu quem escolheu.
Eu não sei por que se metem
com um nome que é só meu!
O nenê que vai nascer
vai chamar como o padrinho,
vai chamar como o avô
mas ninguém vai perguntar
o que pensa o coitadinho.
Foi meu pai quem decidiu
que meu nome fosse aquele.
Isso só seria justo
se eu escolhesse o nome dele.
Quando eu tiver um fi lho,
não vou pôr nome nenhum.
Quando ele for bem grande,
ele que procure um!
(Pedro Bandeira, in Cavalgando o arco-íris. São Paulo: Moderna, 1991).
Após trabalhar a expressão corporal e declamação do poema, as crianças receberão um envelope contendo as letras de seu nome e um desafio é lançado: “Vocês conseguem formar outra palavra com essas letras, mudando a posição delas?” Nessa hora, o professor permitirá que as crianças levantem hipóteses sobre a escrita. O trabalho em dupla também é muito rico, pois as crianças se interagem entre elas e com a atividade. Nessa perspectiva, o professor fará a rodinha e mostrará a certidão de nascimento dos alunos, que é o documento que prova a existência deles. Haverá uma conversa informal sobre a história do nome de cada um. De dentro de uma caixa surpresa, será retirado um cordão em que as letras do alfabeto estarão fixadas uma a uma. O professor irá puxar o cordão bem devagarzinho, apresentando cada letra e contando a história de José Paulo Paes: uma letra puxa a outra. Ao término da história, será aplicado o jogo do bingo, de forma que as crianças marcarão apenas as letras que formam o seu nome. Para encerrar esta atividade, será recordado o poema Nome da gente. Neste contexto de grandes desafios, as crianças terão como última atividade do dia, brincadeiras livres de “ casinha de boneca”. Segundo Bettelheim, 1988, a brincadeira é a verdadeira realidade da criança.
Avaliação:
É formativa toda avaliação que ajuda o aluno a aprender e se desenvolver sobre os processos de aprendizagem (Perrenoud, 1999, p.103). Sem dúvida, uma observação formativa permite orientar o processo de construção do conhecimento do aluno. É preciso avaliar, fazer balanços e não apenas ficar com uma análise simplória do desenvolvimento da criança, pois, esta deve ser contínua e acontecer de maneira que esteja interligada com as oportunidades que são oferecidas às crianças como, neste caso, o reconhecimento do nome, as letras que o compõem sendo o marco referencial da construção da identidade da criança. Para isso, os jogos, as brincadeiras, as histórias e os poemas, em tempo real, são dinâmicos, que favorecem uma observação atenta neste processo de avaliação. A avaliação também proporciona ao professor elementos significativos para uma reflexão de sua prática pedagógica. Assim, reorientar, utilizar novos instrumentos, reelaborar se necessário, a ação pedagógica, poderá facilitar de maneira motivadora a
aprendizagem do aluno.
Para você refletir:
Observações importantes:
Seria interessante, também, que o professor fizesse o relatório da semana, anotando as observações relevantes, não só em relação às atividades, mas o que lhe chamou a atenção a respeito de algum aluno durante aquela semana. A partir daí, uma dose de observação é intensificada, e isso ajudará o professor a manter um feedback contínuo em torno do processo de aprendizagem do aluno. Colaborar e acompanhar o desempenho do aluno é assegurar lhe o cuidado e a atenção de que ele tem direito, respeitando sua singuralidade e seu modo de interagir com o mundo. A prática do registro auxilia o professor a refletir sobre certos acontecimentos que ocorreram na sala de aula. Ao ler suas anotações, o professor recorda, pensa e avalia, procurando remanejar e criar outras situações de aprendizagem que ele julgue necessárias para sua aula prática.
Falando sobre projeto...
E agora, José?
E agora, professor?
Muito bem. Vamos, agora, caminhar um pouco mais aprofundando nosso conhecimento sobre projetos. Essa modalidade de organizar o trabalho pedagógico também é muito interessante na Educação Infantil e apresenta resultados fantásticos. Quase todas nossas ações são desencadeadas após uma análise de como, quando, onde elas acontecerão, além de ponderarmos também as possíveis conseqüências. Na sua trajetória, você já trabalhou com projetos? Se sim, como foi a sua interação? Conversaremos agora sobre esta modalidade de organizar o trabalho pedagógico de maneira significativa. Vários autores definem projeto com vocábulos diferentes, porém com mesmo significado. Por mais simples que pareça ser o desenrolar das nossas rotinas, existe sempre um projeto para ela. Projetamos nosso dia, nossa semana, nosso mês, nosso trabalho, nossos finais de semana, enfim, elaboramos um projeto para tudo que envolve ação. Nesse sentido, conheceremos a concepção de Nery (2006, p. 119) em relação a projetos:
✻O projeto é um trabalho articulado em que as crianças usam de forma interativa as quatro atividades lingüísticas básicas: falar/ouvir, escrever/ler, a partir de muitos e variados gêneros textuais, nas várias áreas do conhecimento, tendo em vista uma situação didática que pode ser mais significativa para elas.
Logo, o trabalho por meio de projetos com criança da educação infantil é muito enriquecedor, pois, propõe desafios e a criança tem oportunidade de buscar soluções para situações que vivenciamos em sala de aula e fora dela. Isso favorece a construção da aprendizagem significativa. Os projetos são pautados com uso de conceitos simples, ou seja, por unidades de estudos ou temas, numa perspectiva em que as crianças decidem o que vão pesquisar e o que querem fazer. Claro que o professor deve ser o mediador dessa elaboração, propiciando as dúvidas e suscitando questionamentos. Os projetos abrem espaço, despertando a curiosidade das crianças, que pode ser comunicada com maior espontaneidade, capacitando-as a experimentar a alegria da aprendizagem independente. Os projetos bem desenvolvidos levam a criança a usar sua mente e suas emoções, tornando-se aventuras em que tanto alunos como professores embarcam com satisfação. Acreditamos que implantando bons projetos ao currículo escolar, na Educação Infantil, o trabalho torna-se mais produtivo e prazeroso. Ao mesmo tempo em que o professor responde aos desafios, ele estabelece fundamentos para o futuro dessas crianças. Esse planejamento busca oferecer bases sólidas e, para tal, emprega princípios básicos à essa construção.
Com isso professor, devemos ter consciência de que a base na construção de uma educação escolar é tão importante quanto à fundação é essencial para um prédio. Se essa for falha, o prédio pode desabar. Atenção! Se o início da escolarização não for eficiente, o caminho pode ser desastroso. No entanto, o que normalmente ocorre na educação acadêmica formal é a inversão dessas ações, a criança sempre é passiva, receptiva, é ensinada a esperar pelo comando dirigido do professor. É bom ressaltar que um projeto jamais deve ser uma ação elaborada de maneira única. É importante e salutar que sua elaboração seja coletiva, participativa e cooperativa. O desejo e o interesse devem permear a necessidade do coletivo. Lembramos, também, que os projetos não devem ser vistos como a salvação da educação, mas podem, sim, ser uma fantástica opção para mudar o quadro pedagógico atual. Para implantar ações pedagógicas fundamentadas na pedagogia de projetos, é essencial que o professor conheça a referida teoria e a clientela que vai atuar, pois, segundo Nogueira, (2003, p.93): [...] para iniciar um projeto, o aluno já deverá possuir algum tipo de conhecimento do tema proposto, levando-se em consideração que este partiu de seu foco de interesse: por tanto, poderemos dizer que até o momento esse aluno já possui “esquemas” que deverão ser mudados no decorrer do projeto. Em outras palavras, Nery (2006, p. 121) também fala que: Um projeto pode demandar outros projetos para ampliação de vários aspectos. Um projeto, comporta, sim, uma grande flexibilidade no seu desenvolvimento, a depender de nossos objetivos, dos interesses e necessidades das crianças e, por fim, do envolvimento de todos. O projeto é, na realidade, verdadeira fonte de investigação e criação que passa, sem dúvida, por processos de pesquisas, aprofundamento, análise, depuração e criação de novas hipóteses, colocando em prova a todo o momento as diferentes potencialidades dos elementos do grupo, assim como as suas limitações. Na realidade, os projetos temáticos são ferramentas que possibilitam uma melhor forma de trabalhar os velhos conteúdos de maneira mais atraente e interessante, e ainda focada no aluno. Pensando assim, Behrens (2000, p. 107) nos fala que:
✻A aprendizagem baseada em projetos demanda um ensino que provoque ações colaborativas um paradigma emergente, instrumentalizada pela tecnologia inovadora. Esse processo desafiador implica contemplar a produção do conhecimento dos alunos e do próprio professor .
Nessa perspectiva, o projeto é um entrelaçamento de idéias imaginárias que vão se concretizando, tornandose realidade. A partir das situações experimentadas, vão ganhando formas e definindo suas ações, limites e aplicações. Um sonho, uma necessidade...é sempre uma antecipação de um fato real. Sempre que se tem a vontade, o desejo de buscar ou conhecer, isso reflete um projeto. Podemos concretizar essa idéia, quando Oliveira (2002, p. 178 – 179) relata que:
✻Não existem projectos desligados da acção. Há, evidentemente, muitas antecipações de acontecimentos futuros, como os sonhos, os desejos ou os planos abstractos que são apenas, na melhor das hipóteses, anteprojectos que se converterão em projectos quando tiverem sido aceites e promulgados como programas vigentes. O projecto é uma acção prestes a ser empreendida. Uma possibilidade vislumbrada não é projecto até que se lhe dê uma ordem de marcha, ainda que diferida.
Como se percebe, o projeto, se bem trabalhado, será um facilitador da formação de um sujeito integral, possibilitando o desenvolvimento em diferentes áreas e diferentes contextos.
Fases do projeto de aprendizagem colaborativa
Um projeto, naturalmente, passa por algumas fases que proporcionam aos alunos uma direção para desenvolver-se também em outras áreas e não apenas a adquirir conteúdo específico do projeto. As fases são trabalhadas de modo a orientar o raciocínio, considerando que existe uma hipótese inicial, uma gama de necessidades relacionadas, transforma essas informações em conhecimento, analisa o material coletado, reelabora suas hipóteses, analisa, expõe suas descobertas, avalia e recebe críticas. Esse processo cíclico é que dá vida ao projeto.
Naturalmente, um projeto tem:
Compreendendo o quadro:
1ª Fase: Planejamento
Realizada a escolha do tema/conteúdo, o projeto necessita ser estruturado. É junto aos alunos que devemos planejar o projeto. O tempo utilizado com as discussões para a estruturação do mesmo será, certamente, resgatado durante a execução do mesmo. A importância do planejamento é reconhecida por Smole (2000, p. 165) quando menciona que: [...] no entanto, não significa que se deva ter uma atitude espontânea na condução do trabalho: é importante que haja um planejamento sobre o que vai ser feito a cada dia, sobre qual material será necessário a cada etapa, e onde ou a quem serão feitas consultas para obter informações ou ajuda nas questões sugeridas durante a elaboração ou realização do projeto. Nesse sentido, o planejamento aqui deve ser encarado como uma linha imaginária, onde o ato de estruturar o projeto seja, mesmo que mentalmente, os questionamentos a serem realizados junto aos alunos. Eles, os alunos, poderão contar o que querem e como querem fazer. Quanto mais o professor questionar os alunos, mais rico e produtivo será o trabalho.
2ª Fase: Problematização do tema
✻O quê?
✻Sobre o que pesquisamos?
✻O que faremos?
✻Por quê?
✻Por que tratar deste tema?
✻Quais os objetivos?
Os objetivos não serão identificados pelos alunos por questão de maturidade, porém adequar o vocabulário ao entendimento deles desencadeará atuação futura.
Como?
✻Como realizaremos o projeto?
✻Como operacionalizaremos?
✻Como dividiremos as tarefas?
✻Como apresentaremos o projeto?
Quando?
✻Quando realizaremos as etapas deste?
✻Quem?
✻Quem realizará cada atividade?
✻Quem será responsável por qual atividade?
Recursos?
✻Quais recursos serão empregados: humanos: pessoas materiais: livros, vídeos etc.
3ª Fase: Contextualização e pesquisa
É claro, professor, que esses passos terão maior ou menor intensidade, dependendo das diferenças variáveis (idade dos alunos, tema.). Esse processo não é rígido e inalterável, mas, com certeza, num primeiro momento servirá de norte para os alunos realizarem a atividade de planejamento. No momento em que o professor perceber que os alunos já planejaram suas ações, esboçaram seus interesses e vontades, deverá encaminhálos para a fase seguinte.
4ª Fase: Execução e realização
É a hora de realizar, de fazer, isto é, colocar em prática o que planejou. Neste momento, as ações começam a imprimir movimento, o que era apenas desejo, vontade e interesse começam a se concretizar e o projeto passa a ter vida. Nogueira (2003, pág. 100 e 101) retrata muito bem essa idéia quando diz que: [...] a interação nos atos de criar, pintar, construir, cantar, entrevistar, representar, escrever, dançar, moldar, desenhar etc, demonstra a possibilidade de que seus sonhos, vontades e necessidades podem ser realizados a partir de suas ações planejadas. Nesta fase do processo, é essencial o professor como facilitador, ou seja, aquele que viabiliza e disponibiliza os recursos necessários ao desenvolvimento das atividades. É nesta fase, também, que ocorre o maior aproveitamento, porém a motivação deve permear o desempenho de todas as atividades para manter acessa a curiosidade na construção do saber. Inseridos e envolvidos no processo de criação e execução, os alunos precisam sentir-se seguros e confiantes e, cabe, então, ao professor, a tarefa de acolher e facilitar o enfrentamento dos possíveis embaraços que surgirem. Essa idéia é abordada por Smole (2000, p. 164) ao citar Barbier (1993): [...] a elaboração e execução de um Projeto encontram-se necessariamente ligadas a uma investigação que deve ser simultaneamente um ato de transformação, uma ocasião de investigação e de formação, tornando-se, portanto, uma produção intelectual.
5ª Fase: Avaliação coletiva e exposição do projeto
Esta fase é o momento de propormos aos alunos a análise e a reflexão do que foi elaborado e executado. Esses questionamentos são importantes e necessários, pois permitem aos alunos compreender que eles podem replanejar, reelaborar, reproduzir, mudar algumas direções, entre outras estratégias. Após essa análise reflexiva, é hora de avançar um pouco mais. É o momento de expor para os demais colegas suas descobertas, hipóteses e criações. Os alunos deverão comunicar seus feitos e apresentar o material construído ao longo das atividades. Paralelamente, irão demonstrando o conhecimento adquirido, expressando-se com espontaneidade, segurança e confiança. Nesse fato, temos dois aspectos muito fortes: de um lado, o aluno, que se sente importante, pois vê que seus ideais foram concretizados, agora é real; por outro lado, o professor, ao presenciar as explicações dos alunos, consegue avaliar o que este aprenderam/descobriram.
Avaliação: uma ferramenta valiosa para acompanhar o desenvolvimento da criança na Educação Infantil
E agora professor?
Como seria ver tudo de outra maneira?
Depois de tudo que já estudamos dentro do planejamento na Educação Infantil, com um olhar inovador pensamos: como seria ver a avaliação de outra maneira? Neste item, você perceberá que a avaliação na Educação Infantil apresentar-se-á de forma diferenciada. Imagine você, a cena de uma mulher tecendo sua tapeçaria à beira-mar. Isso não é fascinante? Assim é o processo de avaliação. Ele vai sendo tecido fio a fio, entrelaçados, puxando um fio e trançando os outros. Como na tela é preciso preencher os espaços vazios ou riscar outros para dar um sentido ao bordado, ou seja, dar sentido ao processo de transformação que é cotidiano. Essas e outras questões serão discutidas, a seguir. Para isso, pensemos no comentário de Oliveira (2002, p. 182):
✻A avaliação do desenvolvimento infantil requer um olhar sensível e permanente do professor para responder adequadamente ao “aqui e agora” de cada situação. Sua finalidade não é excluir, mas exatamente o contrário: incluir as crianças no processo educacional e assegurar-lhes êxito em sua trajetória.
Parafraseando com Tiernev, fica claro dizer que uma forma bem produtiva de avaliar é a observação direta das atividades que acontecem dentro da sala de aula. Considerando esse processo, é importante pensar que a avaliação não é algo estático, pois a criança, ao estabelecer relações com o ambiente, demonstra diferentes competências e está em constante mudança. Então, comecemos a pensar em uma avaliação que contemple não só o registro – escrito do que as crianças estão aprendendo, mas oferecer subsídios teóricos para que as famílias acompanhem, entendam e percebam o que será trabalhado com mais afinco no decorrer do processo de aprendizagem do aluno. A prática do registro é, na verdade, a leitura que se faz da realidade do aluno. Mas nada adiantaria falar aqui em mudança na avaliação, se não pensamos em uma transformação do ensino, do currículo, da gestão da aula. Esse conjunto de situações deve fazer parte de uma pedagogia diferenciada.
Parafraseando com Tiernev, fica claro dizer que uma forma bem produtiva de avaliar é a observação direta das atividades que acontecem dentro da sala de aula. Considerando esse processo, é importante pensar que a avaliação não é algo estático, pois a criança, ao estabelecer relações com o ambiente, demonstra diferentes competências e está em constante mudança. Então, comecemos a pensar em uma avaliação que contemple não só o registro – escrito do que as crianças estão aprendendo, mas oferecer subsídios teóricos para que as famílias acompanhem, entendam e percebam o que será trabalhado com mais afinco no decorrer do processo de aprendizagem do aluno. A prática do registro é, na verdade, a leitura que se faz da realidade do aluno. Mas nada adiantaria falar aqui em mudança na avaliação, se não pensamos em uma transformação do ensino, do currículo, da gestão da aula. Esse conjunto de situações deve fazer parte de uma pedagogia diferenciada.
Então, como seria a avaliação nesse contexto?
Segundo o professor Luckesi, a avaliação pode ser formativa, amorosa e transformadora. Em uma de suas entrevistas, ele nos mostra a evolução da avaliação desde o século XVI até nos dias atuais. Luckesi ressalta que a avaliação amorosa tem significado diferente de paixão. Nesse tipo de avaliação, prevalece o respeito aos limites e a história de vida da criança é fundamental. O professor acolhe o aluno, oferece diferentes subsídios para seu desenvolvimento, sinaliza, compartilha caminhos. A afetividade é o marco desse ato avaliativo. Pensando assim, a avaliação amorosa, formativa e transformadora se contempla. A avaliação formativa apresenta algumas funções como: orientar, harmonizar, corrigir, reforçar, apoiar... Segundo Perrenoud (1999), é formativa toda avaliação que ajuda o aluno a aprender e a desenvolver, ou melhor, que participa da regulação das aprendizagens e do desenvolvimento no sentido de um projeto educativo. Essa linguagem do autor demonstra o quanto é importante o papel do professor. Seu olhar deve ser atento e mais metódico sobre o aluno, observando seu potencial e também ajustando “o foco” de sua prática pedagógica, fazendo as intervenções necessárias para aperfeiçoar as aprendizagens dos alunos. Aliada à formação amorosa e formativa, está à transformadora, na visão de Luckesi, que é aquela que concebe o ser em construção, ou seja, que reconhece a criança como ser de possibilidades, de se construir. A conduta do professor é amorosa e mediadora.A esse respeito, também nos fala Hoffmann (2006, p.15) que:
✻Avaliação mediadora é avaliação formativa. Mas não é só. Vai além, porque na concepção mediadora prioriza-se a aprendizagem, o encontro, o respeito, o diálogo entre professores e alunos, entre professores antes e acima das metodologias. Não se trata de questão metodológica, mas uma concepção. Isso faz toda a diferença!
Nesse aprender fazendo com o outro é importante considerar a relação da criança da educação infantil com todos aqueles que estão à sua volta. Por isso, é preciso saber como ela vai ser avaliada. A diversidade dos instrumentos avaliativos garante uma participação maior das crianças, estimulando-as a pensar e ir construindo seu percurso de aprendizagem com mais autonomia. Outro aspecto é que as crianças aprendem de formas diferentes, porque têm tempos de aprendizagem, também diferentes. Nesse sentido, Perrenoud esclarece que (1999, p.123):
Nesse aprender fazendo com o outro é importante considerar a relação da criança da educação infantil com todos aqueles que estão à sua volta. Por isso, é preciso saber como ela vai ser avaliada. A diversidade dos instrumentos avaliativos garante uma participação maior das crianças, estimulando-as a pensar e ir construindo seu percurso de aprendizagem com mais autonomia. Outro aspecto é que as crianças aprendem de formas diferentes, porque têm tempos de aprendizagem, também diferentes. Nesse sentido, Perrenoud esclarece que (1999, p.123):
✻Quando se pensa em avaliação formativa, deve-se romper com esse esquema igualitarista. Não há razão alguma de dar a todos os alunos a mesma “dose” de avaliação. A diferenciação começa com um investimento na observação e interpretação dos processos e dos conhecimentos proporcional às necessidades de cada aluno.
Perrenoud nos aponta a direção do olhar. É uma ação/reflexão/ação sobre a nossa prática pedagógica. Cada professor busca os meios de reinventar seu próprio sistema de observação, de refletir sobre as ações vividas e de alinhavar as intervenções pedagógicas no processo de construção do aluno com perspectiva de uma aprendizagem mais significativa. Para avaliar, o professor precisa possuir fundamentação teórica, estabelecer critérios, ter seus objetivos claros e bem definidos e com uma formação continuada, apropriandose de novos recursos, e serem de fato, pesquisadores em exercício.
Mas, afinal, como é feita a avaliação na Educação Infantil?
Como o artesão, o professor vai tecendo, fio a fio a sua tela. Ora puxando um fio, ora soltando um, ora fortalecendo um nó.
E como essa tela pode ser tecida? Ou seja, como pode ser esta avaliação?
Por meio de relatórios, transformar os registros de avaliação em anotações significativas sobre o acompanhamento dos alunos em seu processo de construção de conhecimento (Hoffman, 1993, p.84).Como se vê, a autora reforça a idéia de que os relatórios de avaliação devem mostrar aspectos significativos na evolução do aluno em todas as áreas de conhecimento. E, ainda, Hoffman acrescenta (1993, p.122):
✻Registros de avaliação exigem exercício dos professores. Exercícios de prestar atenção nas manifestações dos alunos (orais e escritas) exercício de descrever e refletir teoricamente sobre tais manifestações, de partir para encaminhamentos ao invés de permanecer nas constatações.
Isso que acabamos de ler é fundamental. Articular e viabilizar os procedimentos necessários para resignificação do que ainda não foi dominado com autonomia pelo aluno, conhecer suas características, dificuldades específicas e avanços fazem parte do processo avaliativo. O relatório de avaliação é único para cada criança. Não se podem enquadrar os alunos nas mesmas condições e nem sincronizar o mesmo número de horas, acreditando ingenuamente que todos os alunos aprendem a mesma coisa. Isso não quer dizer que cada um avalia do jeito que quer e pensa. Uma equipe pedagógica bem estruturada estuda, discute, faz as relações e estabelece parâmetros para a prática do registro na forma de avaliação.
Então, quais seriam esses parâmetros que me ajudariam a montar um relatório de avaliação?
Esses parâmetros e outros, vivenciados por você, professor, serão expressos em forma de textos. O relatório do professor deve ser objetivo e com uma linguagem clara, para que os pais possam compreendê-lo de forma efetiva. O professor da Educação Infantil não deve se preocupar em dar conceitos ou notas, essas são concepções classificatórias e seletivas e não é esse, o objetivo. Essa prática de registro é uma ação em que o professor expressa sobre os caminhos percorridos pela criança durante o trabalho. Nesse sentido, Hoffman (1999, p.135), também nos fala sobre este assunto:
✻Nunca é demais para repetir que a transformação da prática não inicia por mudanças na forma de registro. O registro é sobretudo a imagem de um trabalho. Ao relatarmos um processo efetivamente vivido, naturalmente encontraremos as representações que lhe dêem verdadeiro sentido.
Refletindo sobre esse pensamento da autora, fica evidente que não existem receitas ou formulários de relatórios. O professor vai percebendo o que é mais significativo para que suas observações, de fato, se tornem efetivas sem perder de vista o aluno em todas as suas dimensões. O relatório de avaliações é o diálogo que se estabelece entre professor e família, a respeito do aluno.
>>>Seguem abaixo as atividades realizadas neste Roteiro de Estudos...
>>>Seguem abaixo as atividades realizadas neste Roteiro de Estudos...
Atividade 1- O trecho a seguir, foi retirado do texto obrigatório. "Uma abordagem pragmática da avaliação formativa”, de Perrenoud:
Não basta ser adepto da idéia de uma avaliação formativa. Um professor deve ainda ter os meios de construir seu próprio sistema de observação, de interpretação e de intervenção em função de sua concepção pessoal do ensino, dos objetivos, do contrato didático, do trabalho escolar.
Avaliação Formativa & Professor
De acordo com Perrenoud o professor não deve ser apenas adepto a avaliação formativa, mas também deve ter consigo a concepção de que a avaliação formativa ajuda o aluno a aprender e a se desenvolver melhor. Esse método avaliativo, permite orientar o processo de construção do conhecimento de cada aluno, de como ele constrói, se interage e participa. Perrenoud ainda propõe que o professor deve construir seu próprio sistema de observação, de interpretação e de intervenção em função de sua concepção pessoal do ensino e dos objetivos, do contrato didático e do trabalho escolar. Isso significa, ter vários olhares com relação a avaliação formativa, adequando os diversos métodos disponíveis, aos diversos alunos inseridos no contexto escolar de cada professor. É necessário entender que cada criança possui uma maneira de se desenvolver e aprender, e a avaliação deve respeitar e acompanhar essas diversas formas de transmissão do aprendizado obtido. Por isso é tão importante as brincadeiras, os jogos no dia a dia, pois a criança se desenvolve mais e por isso, tem mais chances de se sair bem nas avaliações. Portanto, as situações de avaliação formativa não devem ser isoladas, devem fazer parte de todo um processo. A avaliação formativa, se baseia no acompanhamento de um percurso de aprendizagem, sempre mediado pelo conteúdo do que a criança aprende, mas também pelo sujeito, como cada criança aprende. Então, é preciso considerar que conteúdo e sujeito não estão separados, fora de ligação, ou seja, um sempre depende do outro. E vale sempre lembrar que a avaliação formativa consiste em orientar, harmonizar,corrigir, reforçar, apoiar e jamais excluir.
Atividade 2 - Você conhece a música de Almir Satter: Tocando em frente? Ouça a música e fique atento(a) à sua letra. (Segue abaixo a letra da música)
TOCANDO EM FRENTE
Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte,
Mais feliz, quem sabe
Eu só levo a certeza
De que muito pouco sei,
Ou nada sei
Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou
Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Todo mundo ama um dia,
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua historia
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
De ser feliz
(Composição: Almir Sater e Renato Teixeira)
Após escutar a música e ver a sua letra relacione a música com o conteúdo estudado: Para tanto, anote, pelo menos 3 frases/ idéias da música e faça a relação com a avaliação.
Conclusão pessoal dos estudos realizados desta unidade e roteiro de estudo:
Depois de todos os estudos realizados consigo agora conhecer, elaborar e executar planos de aula e projetos temáticos para crianças da educação infantil; compreender o que é avaliação e o que se avalia na criança de Educação Infantil; apontar os procedimentos relevantes no processo de uma avaliação formativa; construir um registro de avaliação por meio de relatório considerando o conhecimento de mundo da criança, seus aspectos afetivos, corporal e cognitivo em todas as suas dimensões.